domingo, 26 de junho de 2011

A sociedade!

Mesmo nas fases primitivas da humanidade havia movimento que indicava que os seres buscavam, de algum modo, uma vida em conjunto. Os bandos se uniam por espécies, lutavam por alimentos e por suas famílias. Uma forma tosca de sociedade. Todos não eram iguais, uns mais fortes, outros maiores, mas caminhavam para preservar seu bando.
O homem com a evolução e o aumento populacional vislumbrou, se não fizesse um ordenamento das necessidades e exigências de cada individuo organizando-as em normas e leis que contemplasse a maioria, atingindo o máximo do coletivo, as cidades e o mundo poderiam se esfacelar, pois os homens tem ainda muito presente os instintos individuais.
Sociedade – socius – societas ou companheiro. É o compartilhamento de interesses para atingir um objetivo comum, que é a felicidade, a feliz/cidade, suprindo os desejos, satisfazendo um coletivo a um mínimo de bem-estar. A organização da sociedade se deu com a formação dos governos e sua hierarquia. O governo deve representar os desejos do coletivo. O governo então não é a sociedade, apenas responde em ações por suas necessidades, é o seu representante organizado, para isso cada componente da sociedade paga seus tributos para que o governo realize seus desejos de viver com qualidade e satisfação. Ao longo de todo nesse processo de formação e estruturação da sociedade muita coisa se perdeu. Hoje o governo se tornou um ente político de grande poder, que aumenta a cada ano sua estrutura, sua máquina e engrenagem, sugando as contribuições individuais mas não atingindo os desejos coletivos. Os recursos maiores vão ficando com a criação de secretarias, ministérios, cargos, ampliando as Assembléias, Câmara, Senado focando em desejos e vaidades individuais e menosprezando a estruturação das cidades e dos países para o bem-estar dos cidadãos.
Muito se deseja mas pouco se recebe pois a sociedade se hierarquizou também. Há muitos pobres e poucos ricos. Como o poder econômico domina a condução do processo da sociedade os desejos da maioria pobre pouco é atendido. Para inverter essa premissa há que se fazer uma mudança estrutural. Reduzir a máquina. Reduzir a máquina, não é enxugar as finalidades que devem ter as ações do governo. Reduzir a máquina é mostrar uma visão de eficiência e trabalho para o coletivo, é reduzir secretárias, cargos, reduzir o número de políticos por cidades e estados, é priorizar ações e não os meios.
No Brasil o caminho está sendo inverso ao que vem ocorrendo, especialmente, na Europa. Aqui, aumenta-se toda a estrutura dos governos em detrimento aos desejos da população. Fecha-se hospitais, escolas, reduz-se as ações como passar à iniciativa privada serviços públicos, que por mais boa vontade ou desejo coletivo que uma empresa tenha ela estará, sempre em primeiro lugar, visando o lucro, visando seus grupos de acionistas ou não seria Empresa.
Estamos vendo problemas ocorrerem sem que o governo busque alternativas concretas e não temos explicação para tão pouca ações eficientes. É crise na saúde, é o caos no trânsito, é o drama das enchentes e secas. Todos os anos. É um problema estrutural. Aumento de população – falta de investimentos – caos. O que faz o governo, aquele que tem a obrigação, dada pela sociedade, de buscar resolver seus problemas. Aumenta a máquina administrativa, não investe, não fiscaliza os recursos públicos e retira-se de alguns serviços que tem como obrigação fornecer à população e investe em programas que não são necessários ao coletivo ou são, no mínimo duvidosos como meio de trazer benefícios à sociedade, como a COPA do mundo. Há que se lamentar. Como o mundo vai sobreviver com os constantes aumentos populacionais e pouca eficiência dos governos?