sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O que é velho? o que é novo?

O brasileiro sempre se desculpa explicando que é um país novo. Foi descoberto apenas em 1500, atcetera e tal. Com essa mentalidade é um dos povos que mais consomem novidades tecnológicas, gerando grande quantidade de lixo poluidor do Meio Ambiente. A reciclagem desses resíduos anda a passos de cágado se compararmos a entrada dos mesmos. Essa característica está levando nossos jovens, nossas crianças ao consumo exagerado, ao supérfluo.
É uma visão que dificulta em muitos aspectos a estruturação das cidades, o barateamento dos serviços oferecidos e a projeção do futuro. Penso que o futuro passa por reduzir energia (na construção civil, energia elétrica, transporte, etc), adequação dos espaços e proposição de ações coletivas, pois o que vemos com o crescimento desenfreado da população do planeta, é que, se não respeitarmos nossa Terra teremos grandes possibilidades de eventos catastróficos sobre todos os continentes, quer seja na agricultura, moradias, saúde pública e, especialmente no clima. Nos últimos anos tem-se visto a conseqüência do descaso das autoridades sobre a falta de visão de futuro das cidades.
Mas será que podemos considerar moderno construir uma cidade artificial como Dubai? Onde apenas uns 10% da população tem acesso? Um elefante branco, cafona como a própria palavra. Um dispêndio de energia que pouco contribuiu para solucionar os problemas daquele país. Ou serão velhos todos os países que preservam as construções que embelezam o mundo, com sua engenharia antiga, recheada de formas diferentes, pinturas e artes? Só a discussão desses temas em sala de aula poderá contribuir para avaliar os reais efeitos sobre o intelecto das futuras gerações essa dualidade. O que é novo? O que é velho?
Nossas cidades estão asfixiada, não evoluem. Querem obras faraônicas que muitas vezes não saem do papel. Cidades para poucos. A cada ano sendo reconstruídas ou remendadas após catástrofes que poderiam ser evitadas.
Dentro dessa visão consumista e modernista temos a mania ensandecida de comprar veículos individuais. Até os governos colaboram para isso, dando vantagens às montadoras e fomentando planos de financiamento a longuíssimos prazos. O que vemos? ruas entupidas de carros, falta de uma engenharia de trânsito que não consegue resolver os problemas sempre crescente de trafego, veículos em péssimas condições trafegando nas ruas, falta de investimento nos demais meios de transportes. Os bairros não se comunicam entre si. Muitas vezes para ir de um bairro a outro, é necessário de 2 a 3 ônibus. Desapareceram os trens, o transporte fluvial. Talvez, o Brasil seja o único país onde os trens e o transporte fluvial não é encarado como uma grande alternativa de mobilidade.

Alguns países tem conseguido equilibrar essas questões – do velho e do novo.

Aposto na educação para preparar os gestores do futuro, que não estejam ligados as barganhas políticas nem à parcelas da população. Que venham os gestores planetários.

Buquebus. Faz o transporte de veículos e pessoas entre Uruguai e Argentina. A travessia entre Montevidéu e Buenos Aires dura 3 hs, com conforto e segurança.


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