quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Animais de estimação.

Há poucos dias ia em direção à uma parada de ônibus quando vi um cachorro avançar sobre uma pessoa. Parei! O homem passou por mim e disse: senhora, cuidado, o cachorro é brabo. Fui caminhando devagar e observei o animal indo em direção a alguma coisa. Quando estava perto observei que era um morador de rua enrolado num cobertor dormindo. O cachorro desceu a calçada e ficou alí deitado. Querendo dizer que estava cuidando do dono e aquele pedaço estava protegido. Desci também a calçada e fui pela rua. O animal nem latiu. Que seres fantásticos são os cachorros, não?
Lembrei quando morávamos em Manaus, numa casa muito grande com quintal e jardim. Tínhamos cachorro, o Mondego e um gato branco, Nevinho. Mondego era vira-lata, amigo de todo mundo, nunca vi um bicho correr tanto. Apostávamos corrida, brincávamos de esconder. A gurizada da vizinhança participava também. Um dia Mondego morreu. Toda a criançada resolveu fazer o enterro. Como tínhamos um quintal que parecia um sítio, foi lá que o deixamos. Quando nos mudamos para Belém, no Pará fomos de navio e levamos Nevinho, que veio a morrer anos depois. Tivemos vários tipos de animais, desde preá até papagaio, que para nós era pura diversão. Fazíamos repetir as lições do colégio e cantar. Mas o melhor mesmo era quando dava gargalhada imitando uma vizinha.
Morando em apartamento tudo fica difícil, sem espaço. Nunca quis animal, ficava com pena do confinamento. Minha filha insistia para ter um bichinho. Resolvi dar uma alternativa: peixinhos e tartarugas. Seres encantadores os animais da água. Mas desconhecendo seus hábitos e vida, logo vimos que peixinhos seriam sofrimento, não duravam muito tempo e toda aquela beleza nadando no aquário logo seriam substituídos. Passamos para a tartaruguinha, linda, pequenina. Mas...tem os enganadores e os desavisados. A tartaruguinha virou uma enorme tartaruga que já não tinha espaço para ficar. Tivemos que dar para uma pessoa que tinha um sítio. Graças a Deus que com os bichos nossos filhos também crescem e fica mais fácil convencê-los. É...o mundo moderno reduziu os espaços e deixou saudades. Nossos filhos, muitas vezes, já não terão tanta diversão simples como os pais e avós tiveram.

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