quinta-feira, 2 de setembro de 2010

NOTRE-DAME DE PARIS...

Ah sim, nenhum outro edifício se associa tanto a história de Paris quanto Notre-Dame. A catedral ergue-se majestosa na Île-de-la-Cité, berço da cidade. Foram necessários mais de 170 anos de trabalho arduo de milhares de arquitetos góticos e artesãos medievais. A catedral é uma obra-prima gótica, erguida sob um antigo templo romano concluída por volta do ano de 1330.
Quando adentramos em Notre-Dame o seu interior de imediato já causa uma grande impressão pela alta abóbada de sua nave central. Obras de grandes escultores adornam a catedral, entre eles os entalhes de Jean Ravy, Coustou e Antoine Coysevox. Neste cenário majestoso, reis e imperadores foram coroados e cruzados, abençoados.
E no meio de tantas belezas uma coisa muito importante também não poderia ficar de fora... A música! Ter a chance de apreciar um concerto ou uma missa na catedral é uma experiência única e divina.
A música acompanha desde sempre o cerimonial litúrgico da catedral, primeiro com o canto gregoriano depois com os celebres cantores da escola de Notre-Dame, cujas vozes acompanham audaciosamente a arquitetura que foi idealizada pelos construtores da catedral. Depois vieram os motetos e as missas, que permitiram aos criadores de todas as épocas demonstrarem seus talentos e manter em um grande nível a tradição musical.
Cada chefe de coro, ou mestre de capela colocava seu grão de areia a composição que constituiu a história musical de Notre-Dame de Paris.
Desde o século XV as crianças cantavam todos os dias nos ofícios religiosos e recebiam ensinamentos musicais no claustro de Notre-Dame. Desde então, e sem interrupção até os dias de hoje, o coro de Notre-Dame de Paris canta à glória de Deus.
O som incomparável do grande órgão não demorou em contrapor-se com as vozes dos cantores. Os melhores organistas e compositores se sucederam nos teclados desse instrumento, cuja evolução os explorou com amplitude majestosa.
A catedral atravessou os séculos a serviço dessa arte, quando apreciamos suas celebrações religiosas é como se viajássemos no tempo... O grande órgão anuncia a entrada da procissão do clero, a partir dai se iniciam os velhos cânticos em latim e francês seguidos pela bela interpretação de seus cantores guiando os fiéis ao mais alto nível de espiritualidade.
E foi nesse lugar que busquei inspiração para fazer o que venho fazendo atualmente. Recebi uma proposta para trabalhar música com algumas pessoas em uma igreja na zona sul de Porto Alegre. Eram pessoas comuns sem qualquer tipo de conhecimento avançado em música, mas com muita curiosidade e vontade de aprender.
Foi uma sensação nova para mim, eu estava no papel de líder do grupo, algo que eu nunca tinha experimentado antes. Impor disciplina, lidar com o comportamento e ensinar o pouco que sei foi de um acréscimo imenso na minha vida e o que tem levado ela a novos rumos até então impensáveis.
Atualmente por motivos de força maior e aprimoramento não disponho mais de tempo para estar com eles, mas meus planos não me desviam desse caminho. Vou fazer de tudo para que minha vida seja o mais musical possível.
Quem recebe a graça de viver música está com uma vida realizada, pois solidão e depressão não são próximas dos que praticam atividades musicais.

Bruno Naymaier, o aprendiz do mundo.


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